domingo, 20 de julho de 2014
Novo Oeste.
O pistoleiro desceu do trem por volta das 18:00. Acendeu um cigarro de palha e aprumou uma surrada bolsa de lona nas costas. Pousou a mão direita no coldre, com os dedos roçando nervosos o gatilho do revólver. Caminhou para fora da pequena estação e só parou ao chegar na avenida principal. Avistou, na ponta oposta da avenida, outro pistoleiro. Imediatamente arqueou as pernas. O braço direito suspenso na altura da cintura. O outro pistoleiro deu alguns passos em sua direção e parou.
"Quando chegou, forasteiro?" - Gritou o outro pistoleiro.
"Agora, no trem das dezoito horas." - Respondeu, também gritando.
Ambos deram alguns passos para frente e pararam a curta distância.
"Esta cidade é grande demais para nós dois!"
O pistoleiro recém chegado olhou ao redor e então encarou seu nêmesis com ferocidade.
"Concordo!" - Respondeu soltando uma cusparada no chão.
Após intenso silêncio, um virou as costas para o outro. Caminharam em direções opostas, perdendo-se no fluxo de pessoas apressadas pela hora do rush. Desde então, nunca mais tornaram a se encontrar.
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