No
avião, voo SP > Manaus, o piloto anunciou:
"Senhores passageiros, boa tarde. O
céu está tranquilo, previsão de chegada é de 40 minutos. A companhia agradece pela preferência. Hoje tenho uma
questão diferente pra vocês: O correto é usarmos história com H ou estória com E?"
Todos nós respondemos (surpresos) em coro: "História com H!" e demos muita risada com o inusitado da questão.
Subitamente, o avião começou a descer. A aeromoça, que estava a meio
caminho do banheiro, segurou-se como pode no bagageiro. O piloto voltou a
falar em meio ao chiado:
"Vocês tem certeza que é com H?" E o avião se estabilizou.
Olhei
ao redor com vontade de rir. As pessoas estavam sérias. Veio a voz do piloto mais uma vez:
"Hein? Com H?"
Respondemos com mais firmeza: "Sim, com certeza."
De
pronto a nave apontou o bico para a terra e a luz indicativa do cinto piscava.
Em
queda vertiginosa, travei com força a minha fivela. Fui agarrado no braço pela aeromoça, que chegara engatinhando:
"Pelo amor de Deus, falem que é com E"
Pouco raciocinando no pavor da
queda, questionei a mulher:
"Com o E o quê? Com E o quê?"
E, após um chacoalhão
súbito, jogando parte dos passageiros uns sobre os outros, anunciou o piloto, com muito mais chiado: "Eu sempre escrevo Estória e vocês?".
Berramos por entre as mascaras de oxigênio balançando nas fuças:
"Sempre usamos Estória
com E!"
O empuxo do avião aprumando-se no horizonte espiralou o
café em meu estômago. Pela janela, vacas que deveriam estar pequeninas, apareciam do tamanho certo pra quem as ordenhava e não pra quem estava num
voo comercial SP > Manaus.
"Senhoras
e senhores, obrigado pela atenção, tenham um ótimo voo. Temperatura
média de Manaus é de 40 graus e previsão de chegada é de vinte minutos."
Eu conto o caso e todos concordam que é uma baita de uma história. E isso está me causando lembranças horríveis.
Arts Insolites HOJE e não AMANHÃ
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