terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Mabel & Jodô - Musical



Você aprendeu a gostar de musica com quem, Mabel?

Gostar? Isso vem desde o nascer, concorda? Ampliar as cores do som, aí pode ser.

Sei. Mas não dá pra fugir muito de fórmulas com musica, concorda?

Pega ai no seu celular, M&J Experimental Jazzcore Coörporation pouch face.

Toma. Digita você essa coisa.

O que sente?

Terrível.

Isso é musica pra assistir, Jodô. Nem toda musica é pra escutar. Isso que aprendi. Tem também musica pra mastigar. Mastigar e assistir, as duas partes do ouvir que poucas pessoas conquistam.

Está me dizendo que isso é uma faculdade que adquirimos? Eu prefiro você poetisa.

Eu prefiro você poetisa, me alisa, poetisa, realiza o desejo que deixo no ar! No aaaaaar.

Caramba Mabel, baita improvisação. Isso é musica.

Oui, Jodô. Tá mais pra uma Jenecização.

Lembrei, garota! Pianos são pra assistir.

Pianos? Ah, eu não sei.

Sim, são. É algo totalmente visual. Entre uma turma de amigos, por exemplo, alguém tem sempre que aprender a tocar piano. Não tem nada mais apaixonante e vibrante que ir numa festa numa casa que tenha um piano e um de nossos amigos sentar em frente ao piano e começar a tocar. Qualquer coisa, desde que seja bem executada, refletindo o espírito do momento.

 Seria gracioso alguém ter um talento secreto e resolver demonstrá-lo de surpresa. É... Bem providencial. Eu poderia admirar algo do tipo.

De surpresa, Mabel. Exatamente. Posso até chamar isso de “Piano Surpresa”.

  “Bongô Surpresa”. Eu tocaria bongô.

  Bongô? Piano é muito mais estiloso. Veja com seus próprios olhos aí, quantos pianos na grama.

  Uma reunião de pianistas? Ora, que bela caminhada a de hoje.

  São classudos.
 

Oui, Jodô. Agora, imagina se você chegar numa casa, ansioso pra revelar seu dote no piano e se deparar com um teclado daqueles que usam em forró, Techno brega, sei lá o que mais, e começar aquele “Final Countdown” com ar de festa de casamento? Decadente, amigo.

Óbvio que eu esconderia o dote musical diante de tão tenebroso instrumento. Um insulto aos teclados. 

Pelo menos aquela trilha do Ayrton Senna ...

Olha só, isso até pode ser. Nesse caso o certo é tocar, sorrir, brindar, entornar a bebida e sair voando da frente do teclado. Aí é uma boa lembrança que fica. Alias, você tem idade pra lembrar do Ayrton Senna?

  Dezenove. Oui?

  Oui, madame.


  Se pudéssemos colocar som no espaço, no momento da criação de uma supernova, numa tempestade solar, na passagem de um cometa ou no choque de um meteoro num planeta gasoso, como seria o som? Como soaria?

  Como assim, “colocar som no espaço”?

  Sim, quero dizer, o som como o percebemos, sentimos, não existe além da nossa atmosfera. O som não se propaga no vácuo. Não é isso? Se o som pudesse viajar em movimento perpetuo até as estrelas, e além delas, como soaria aos nossos ouvidos?

  Talvez como algo que nunca antes tenhamos escutado. Uma melodia incrível que nosso cérebro não possa processar. Ficaríamos loucos ou surdos, ou ambos. Seria um acorde, um estampido que nenhum instrumento da Terra jamais emitiu. É quase impensável, Mabel.

  Ou pode ser igual aos nossos instrumentos. Pode até mesmo ressoar como uma canção dos mutantes.

  Se apostasse nisso, diria que o som de uma supernova soaria como algo composto por Bach.

  Isso é a comparação que todos fariam.

  Muitas vezes as coisas são óbvias, garota.

  Imaginar o som do universo, que é mudo, não é óbvio! Não pode ser...


  Eu posso concordar com isso, mas não me apegaria a isso. Estes pianos são lindos, todos eles e suas melodias. É algo que o universo não pode escutar.

  Mas ele observa a nós, os mímicos, em nossos afazeres barulhentos.

  Barulho, som, musica, não estão estas palavras no dicionário dos viajantes da galáxia.

  Não em geral, pois a NASA deve ter musica num foguete.

  É... Deve ter Bach.

  Não, muito óbvio.

  Talvez... Óbvio... Demais!

  Escuta essa agora, Jodô, Hidden Orchestra Vorka

  Gostei mais. Até quase te entendo, poetisa.

  Nunca é óbvio demais, Jodô.

Queria saber quem mexeu no seu queijo musical.

Oui, Jodô.



Obrigado por um 2014 de 12 mil acessos (preciosos)

Boa passagem de ano a todos. Beijos e abraços do AstroMiau


ZUMP

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O ano da giria

Brasil -  -  2078
Soqualó malcus? Dibuoas hojis?
Vasi shopin roléste?
Vamusu.

No Shopping.
Irandos es teniscutis da Nike.
Caroabeças, nenefudendolis que pagolé
Boralis chustipa cascalinhas no Mc Donalds?

No Mc Donalds
Quatrenti doletaris.
Ficatiu trocolhes
Bringantium, tium.
Vasi Livratis pra livrotis?
Vamusu.

Na Livraria.
Ques ques sá poura?
Dictionarem dis giritobas antigudas.
Chaves issa ê...
Humm, saquis sóts: "Chapado, bagulho, passinho, caô, tá ligado, caraca, pegação, siliconada, happy hour, babado, huehue"
Poutista grilates! Ridicutum. Coisatis dig véiosis.
Potis escrer, véi.
Véi?
Taquis no livrotis.
Affff...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

5 filmes nacionais que já deveriam estar nos cinemas:


MC Foguete e o Pancadão do Tempo
O carioca MC Foguete achou que aquele seria mais um baile comum, mas ao derrubar vodka com energético numa das caixas de som, foi transportado para o ano de 1940. Apesar das diferenças, ele começa a moldar uma nova cultura apresentando suas letras de funk.
Comédia - 90 min.


Festa Junina - A origem
Dona Maria não sabia o que fazer com tanta pamonha e sua vizinha Clorinda não sabia o que fazer com tanto cuscuz. Resolveram então consultar o Padre Bento que não sabia o que fazer com tantas bandeirolas. Eles não sabiam, mas aquele era o inicio de uma tradição que invadiria o Brasil.
Comédia - 120 min.


Uma vez morei na Marginal Tietê.
O engarrafamento na pista expressa da Marginal Tietê bate mais um recorde: dois anos. Quem está na pista, lá estabelece moradia. O repórter Donato mora em um Santana há seis meses, parado na altura da ponte Aricanduva. Um dia algo quebra sua rotina. Os pneus dos carros estão desaparecendo, ao mesmo tempo, o nível do rio sobe, apesar da falta de chuva. Donato começa uma investigação.
Suspense - 105 min.


This is Caipirinha?
Heinz Heike vem para o Brasil com uma missão: descobrir como se faz uma caipirinha. Com o conhecimento em mãos, pretende enriquecer na Europa. Quando lhe dizem pela terceira vez que a receita leva apenas açúcar, cachaça e limões, tomado pela fúria, começa uma trilha de tortura e assassinatos, até que consiga uma resposta verdadeira.
Suspense/Horror - 83 min.


E aí, gourmet?
Jovens universitários formam um grupo pra entrar num concurso de comidinhas gourmet, imaginando terem a receita mais inovadora. Mas as coisas não são tão fáceis e logo eles descobrem que a concorrência tem alguns truques bem surpreendentes. Rechear salsichas com pudim não vai ser o suficiente.
Comédia/ Aventura - 3D - 145 min.

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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ą̧̯͈͖̞͜L̯̖̺͓͓̥̜I̫̹̦͓̖̻͙M̮̞̩̬̯̲ͅĘ͇̟̥̥͚̗N͉̫̯͖͕̳̣T̥̹̼͙̯̩ͅO̧̟̭͖̹̠͜





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Através do cedro, após a grande rocha.ģ̡͔͎͚̺͚̳̟̦̆̍̈͋͑̓́̕̕͠f̢̹̩͕̰̜̳͔̫͖̅͊̊̃͋͌́̃͊̀ǎ̛̳̲̟͈̲̜͎͕̼̊̂͐̍͘̕͜͝͠k̢̰͉̬̼̖̞̲̺̣̿̽̌̈́̏̿͗̒̕͝g̫̞̺̣̙̺̹̞͙̍̄̐̑͋̽̄͊̉͜͠h̪̹͔̪̠̖̬̠͍͌͗̇̃̌̐̔͗̅̕͜g̢̦̖͎̠̣̠̬̔̆̊̓̔̈̽͆̚͜͝ͅa̲͕̜̥͙̟̲̮͈̱͂͋̾͗̓̑̒̇͠͝


 

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Sim! ẕ̨̰̣̻̱̠̮͔̻̋̊̀̈́̽͆̅̓̈́͝ì̤̯͎͇̩͚̻̟̺̟͂͂͑̀͆́̈́̋͘m̱̰̠̹̣̟̠͈̣̭̒̊̈̋̓̂̈̊̓͊
 

Os braços de cristal aumentaram o brilho esverdeado e, esticados para o alto, reverberaram. Dedos cinza e escamosos tocaram-se, formando um triângulo. 



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Está pronto. ȇ̢̮͈͖͇̹̺̙͕͔͆͒̋̿͐͆́̆̌s̳̱͉̝̘͖̺͈̳͍̋̓̓́͋̀͂̕̚̕l̨̹̲̠̝̣̜͍̼̘̏͗̀̅̃̃̌̐̕͝s̥̟̠͓̥̲͔̦͔̞͗̂̓̏̊́̂͝͝͝ ̥̭̣̙̘͚̮̜͍͎̊̐̋̀̏̇͐̕̕͝ĺ̨̢̮͔̲̬̳͇̗̖̓̀̉͗͆̔̉͘̚k̩̙̰͔̱̼̳͕͔͙̈́̽̓͛̄̀̓̇̕͝a̮͉̫̺̻̫̻̣͔̺̽̉̾̇̿͐̈́̏̕͝s̨̨̗͈̰̱͈̩͚̹̃̀̂͛̋̔̋̓̀͘d͇͚͉̠̩͚̬̰̮͍́͗̈́͊̐̂̎̎͋͝



 Encostado no limo da rocha, Jocelim deslizou trêmulo até o chão de folhas secas. A imensidão de um frio súbito lhe esvaiu o restante de força que acumulou durante a madrugada. Tateou seu casaco e apertou o rádio comunicador. Estática. Mudou o canal. Clicou.

― Pai? Eles chegaram. Leste, na pedra do tamanduá.

Ruído. Uma aurora verde neon cresceu na copa das árvores. Uma acauã gritou três vezes antes de sumir na vegetação.

― Pai?

Mudou o canal. Clicou. Estática.

De dentro da rocha a mão cinza brotou e lentamente uma perna translúcida e venosa surgiu. Jocelim encolheu-se a poucos centímetros daquilo que trespassava o limo. 



G̛̞̞̻̘̰͙̩̘̺̝̏̓͌̿͋̎͒́͝ų̛̯̺̗̗̰̱̬̭̄̈́̾̈͗̓̀̏̚͜n̛̜̖̝̲͖̦͇͚͇̲͑̑̄̏͗̃͋̿̒h͎̬̥̗̮̼̻͖̩̎͒͐̑͛̔͒̈́̀͜ť̡̢͖͖̮̩̞͔̜̮͆̀̓̇̆͆̓̈̚l͉̳͓̬͖͔͎̻̮̠͗̈́̃̅͘̚͠͠͠͝á̧̨̯̪͎͉̭͙͙̿͋́̀̊̑͑̕͝ͅs̡̬̦̺͕̻͍̯̲̬͒͐͒̋̆̂̅̈́͠͝?͓͔̳͈̦̥͉̭̝̺̓͛̀̿̽̊̓̋́͋ ̨̨̛̟̭͖̖͔͙̻͎̃̐͐̽̋̈́̉̔͠H̡̦̥̤̙͉̹̣͇͇͆͂́̔͛̏͌̚̕͠j̧̰̥̰̗͇̜̖̱͇͐̀͂́̋̓̓͐̋̎a̡̡̨͉̺͍͇͉̠̎́̋̐́̿̆͗̈̑͜s̠̯̳̙͍͕̫̦̓̀̽̎̓̒̆̆͗̅ͅͅ  Controle? Captura.  G̛̞̞̻̘̰͙̩̘̺̝̏̓͌̿͋̎͒́͝ų̛̯̺̗̗̰̱̬̭̄̈́̾̈͗̓̀̏̚͜n̛̜̖̝̲͖̦͇͚͇̲͑̑̄̏͗̃͋̿̒h͎̬̥̗̮̼̻͖̩̎͒͐̑͛̔͒̈́̀͜ť̡̢͖͖̮̩̞͔̜̮͆̀̓̇̆͆̓̈̚l͉̳͓̬͖͔͎̻̮̠͗̈́̃̅͘̚͠͠͠͝á̧̨̯̪͎͉̭͙͙̿͋́̀̊̑͑̕͝ͅs̡̬̦̺͕̻͍̯̲̬͒͐͒̋̆̂̅̈́͠͝?͓͔̳͈̦̥͉̭̝̺̓͛̀̿̽̊̓̋́͋ ̨̨̛̟̭͖̖͔͙̻͎̃̐͐̽̋̈́̉̔͠H̡̦̥̤̙͉̹̣͇͇͆͂́̔͛̏͌̚̕͠j̧̰̥̰̗͇̜̖̱͇͐̀͂́̋̓̓͐̋̎a̡̡̨͉̺͍͇͉̠̎́̋̐́̿̆͗̈̑͜s̠̯̳̙͍͕̫̦̓̀̽̎̓̒̆̆͗̅ͅͅ
 

O jovem esfregou o rosto. De pé na rocha, outra criatura, como um farol, despontando com os braços rijos pra cima, emanando a luz verde neon.  Transpondo a pedra totalmente, um duplo, sem luz, apenas os braços de cristal. Ambos com a face azul achatada, buracos negros encimando o nariz pontiagudo.  

― Carlão, pai, pelo amor de Deus! ― O comunicador vazou por entre os dedos de Jocelim, sumindo nas folhas do terreno. Seus pés patinaram na argila.

Cercaram-no. Os cabelos de Jocelim caíram rapidamente, a sobrancelha rareou. Pela face suada colaram-se todos os fios descendentes. A criatura inclinou o tronco. Estendeu a mão esquerda no topo da cabeça e um pequeno cubo de metal materializou-se girando no ar. 


   "Seu fim" f̡̢̨̢̨̨̢̢̛̛̠̭̜͇̫̪͉̰͎̞̭͎̗̦͈͕̦̮͍̞̦̞̻̲̗̰̖̥͍̪̺̳̯̯̞̱̹̣̰̙̞̓̾̃̒̏͌̒̆̈́̈͋̀̍́͛̌̿̍͂͗̅̌͐́̔͂͒͑́͋̊̈́̾̚͘̕͘͜͝͠͝į̧̡̟̦͉͔͉̳͉̗̺̠̠̩̗̟̩̤̹̯̜̤̱̖̗͉͎̜̝̞̺͎̗̺͙̗̬̤̮̠͉̤̥̜̬̩̏̎̓͛̽͂̉̒̉͋̋̆̃̾͆̅͒̍͋̃̐́̀̉̿̊̀̇̓̒̅͋͂̏̈́̀̎̎͐͌̋̈͘͜͠͠͝͠͝ͅͅt̨̜̻̫͕̹̭̰̯̱͚̞̯̜͇̩̹͈͉͎̳̫̣̰̹͖̫̞̰͉̩̙̥͖̑͋̎́̈́́̎͋̂̀̇̃͐̍̆̆̈́̈́̊̓̋͛̋͊̀̈͐̀͊̑̓̊̑͛̅̿͊̑͐̓͊̏̑̀̚͜͜͝ͅ ̢̮͎̞̫̯̙͔͖̮͓̲̜̥̣̲̭̜̟̟͓̗̻̣͍̞̮͚͚̙̾͆̈́̒͑̂͊̐͆͛̊͒̍̓͋́̈́̍̂̄̔̊̉̽̈́̾͊̽̃͛̚̕͝͝͠͝ͅṭ̢̛̩͈̞̻̯̺͚̩͉̪͕͇̦̱̙̯͍̱̳͍̖͎̦̦͖͙̰̪̤̊̓͋̄̅̆̓͆͂̇̃̉̃̈́̃̑̔̌̾͊̎̏̊͐́̿̌̈́́͒̂͐̃͋͘̚͠͠ư̡̧̡̧̧̰̳͓̹̹͔̗̞̳̼̙̹̺͖̜̭͚̪͕͖̫̙̖͖͖̱̻͙̲͈̰͇͖̹͔̬̻͂̅͆͗́̔͛͒̽̌̇̈̌́͛͗̋̐̃͗̑̃͗̍̄̒̅̀̽̔́̈́̆̀͘̚͜͝ͅ

 
A voz polifônica agonizou os tímpanos de Jocelim. Uma bala rasgou  a coxa gelatinosa daquela ameaçadora presença, desequilibrando-a. De três pontos partiram mais tiros, triangulados, varando os corpos. Aquele que iluminava a floresta tombou sobre a grande rocha. Nos braços de seu par, alçou o cubo flutuante. Um facho de energia subiu do objeto até a copa das arvores e um forte zumbido ecoou.

― Agora, Vardo! Enfia a faca!

Dois homens encharcados em suor acompanharam Vardo. Suas espingardas tremiam. Um deles pegou Jocelim no colo.

― Ele está chamando a nave! Acaba logo com esse bicho.

Um dos homens cortou os dedos afunilados daquele que segurava o cubo e este caiu no chão, afundando imediatamente. Uma espaçonave imensa acendeu no céu e os homens apontaram suas armas.

― Vamos cortar no barracão?

― Separa as cabeças, pelo menos, Carlão.



"Aniquilaremos, caçaremos" "ḉ̸͖̠̤̱̣̲̂̆̔͆͌͘h̷̡̛̠͎͇̙͙̣͛̌͑̽̈́̚į̶̜͖̬̝͖̬̂̈́͆͑͂̈́͆l̴̝̹̠̬͇͓̲̒̈̈̑͛̅̄l̶͖͓̰̬͕͎̟̉̽͊́̑͐̕ ̸̨̯͕͔̲̲͔̊̍͐̐͗̕͘c̴͉̠̟̼̜̯̥̈́̂̊́͊̅̚ḩ̷̞͍̮̰̩̱͐͊̋͂͒̌̉į̷͖̗̦̟͕͆̓͆͑̎̈́̚͜l̴͈̯͈͉̣̮̰͌́̂͒͂͊̃l̸̛̲͙̜̮̙̠̥͋̏̈́͐͐̕ ̵͙͍͎͕̻͎̊̆̄̈́̌͗͊ͅa̸̢͉͓͙̟̗͙͊̆͒̄̐̂̋l̵̨̺͙͚͎̥̜̓̄̿̔͂̃̇l̵̝̥͈͎̰͇̃̐͛̍͒͒̚͜ ̴̗̗̹͕͉͔͔̈́̇͂̆͆͋̕ą̸̩̼̖̹͓̃̅͐͐̍͛͜͝l̸̢͎̗̯͎̰̦̏̉̀̄̚͘͘l̵̟̱̺̬̲͈̞̋͋͑͊͋͐͗


O som tormentoso da voz invadiu a mente de todos. Sebastião, o terceiro homem, arregalou olhos amarelados e raivosos para o extraterrestre. Encostou o cano da arma numa das cavidades negras do horrível rosto e atirou. Toda a iluminação apagou-se. Breu na floresta.

― Vamos correr.

Arrastando os extraterrestres, os homens andaram por alguns quilômetros até alcançarem uma cabana de lona. Penduraram os dois corpos num varal de arame e sentaram exaustos no chão. Jocelim, debilitado, adormeceu. Os três permaneceram vigilantes pelo restante da madrugada.

...

Fita 05 - 11/12/2014 - Trecho gravado por Luís Borges para a Revista UFO's

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“Meu pai vende aqui na feira e toda a vizinhança já comeu. Os gringos procuram bastante.”
“Eu não os conheço, são turistas. “
“Quando vamos caçar? Quando vamos, Sebastião?”
“Olha... Daqui um mês mais ou menos.”
“Depende das luzes no céu. Mas você pode ir.”
“Nunca veio reportagem aqui. É bom mesmo você vir.”  
“Eu acho que eles vêm aqui pra caça nóis!”
“Abizi, abudi; Como que fala?”
“Abduzir, pai.”
“É. Parece que eles querem levar a gente.”
“Eles não sabem ― Risos ― Mas é a gente que rasga o bucho.”
“Eu luto pra não comer essa coisa, que é o nosso sustento financeiro. Mas é gostoso. A gente sabe.”
“Quase tudo nós aproveitamos. Só os braços de pedra que enterramos.”
“O meu menino tá com câncer e foi essa parte do ET que adoeceu ele. Pode tê certeza. Mas não tem arrependimento em casa. Pra caçar tem que ir todo mundo. Não é, Carlão?”
“Eu mesmo só como a boca. Carnuda que dá gosto. Parece uma buceta, é verdade. Uma bucetinha azul com gosto de limão. Com gosto de limão, imagina”.